No final dos anos 1990, trabalhei no Memorial da América Latina. Uma das minhas funções era contar parte da história da invasão europeia, por meio de 6 painéis de 18 metros de altura. Além disso, sou antropólogo e estudei algo sobre povos pré-colombianos. Mas só hoje tive a oportunidade de ver um ritual Maia de perto, na cidade de Mérida, no México.
Por um lado, a experiência foi um tanto decepcionante. É que ela veio sem o contexto cultural, que é o que dá força aos rituais e atividades que chamamos de “religiosas”. Fomos levados a entender tudo como apenas uma dança. Assim, perdemos o poder psicológico e social daqueles movimentos e sons.
Enquanto eu assistia, não conseguia parar de pensar na quantidade de saberes, sabores e experiências perdemos ao longo dos anos.
Reduzimos nossa percepção, ao enfatizar cada vez mais a parte discursiva do cérebro. Ficar ali, parado, experimentando a situação, parece algo estranho. Experimentar cheiros, sonoridades, sensações táteis e “espirituais” é c…
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