Rousseau na Ilha de Caras

Rousseau na praia, segundo o aplicativo de inteligência artificial Midjourney.
Ano de 1996. Prédio velho da PUC-SP, um convento dos anos 40 convertido em universidade de Ciências Humanas. As salas são pequenas. Os estudantes se amontoam, sentados em carteiras escolares decadentes.
Faz frio. As janelas estão fechadas. No acidentado assoalho de madeira, as bitucas de cigarro se acumulam. Naquela época, era comum alunos e (especialmente) professores fumarem durante a aula. Fazia parte do show.
À frente da sala, uma das mais importantes pesquisadoras do departamento de ciências políticas, falava sobre Jean-Jacques Rousseau. Não éramos mais “bichos”, não se tratava de uma aula introdutória. Estávamos agendados para debater um texto específico.
No entanto, a professora gastava nosso tempo (e pulmões) falando sobre a biografia do autor. Vivesse hoje em dia, Rousseau teria sido cancelado umas mil vezes.
30 minutos. Uma hora. E nada do texto.
Ao meu lado, meu amigo Mário (que merece um artigo à part…
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