Quando me sinto um impostor, uso a seguinte técnica:
Em vez de ruminar sobre a frustração, investigo a expectativa.
Por exemplo, digamos que você esteja numa crise de “quero ser artista, mas não consigo”. Você pode se perguntar:
O que acho que é ser um artista?
De onde vem essa definição?
Cite 3 ou 4 exemplos de artistas que se encaixam nela.
Como foram as vidas dessas pessoas (não como artistas, mas como pessoas, vivendo experiências cotidianas)?
Ao responder essas questões, provavelmente, a frustração vai se dissolver. Você vai perceber o quão imprecisas são suas expectativas.
Continuando no exemplo:
Ser artista significa ter uma carreira?
E como é essa carreira?
Como seria o seu dia-a-dia? Descreva com detalhes.
Quando nasceu a ideia de que um artista deveria ter uma carreira?
Em que contexto?
Como era “a carreira de um artista” na Grécia? E na Ásia? E na Europa, há apenas 10 anos?
Os artistas que você investigou tiveram uma vida que você gostaria de ter?
A maioria dos artistas que admiro teve vidas muito piores do que a minha.
De passar fome a viver doente.
Alguns deles foram presos, mortos, se suicidaram, viraram junkies, etc.
Ok. Muitos são admirados. Mas por nichos e, geralmente, de uma forma (ou por motivos) que os deixariam irritados.
E onde quero chegar com isso?
No seguinte: por um lado, nossas expectativas são vagas, baseadas em falta de informação e inocência.
Por outro, são muito precisas: muitos de nós queremos conveniência sem trabalho. Queremos fazer o que nos der na telha, sem frustrações ou estresse. Ainda ser pagos e admirados por isso.
Compreensível. Mas não muito realista. Inclusive pras próprias celebridades, pros dropouts, self-made men e “gênios”, que, em geral, sofrem muito mais do que imaginamos.
Fora que suas narrativas são contadas pela mídia de um jeito extremamente incorreto e enviesado.
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