Já nascemos com uma audiência pra entreter
Crianças se veem em telas antes de ser ver em espelhos.
Baseado numa foto de Valeria Zoncoll, via Unsplash.
Hoje uma amiga me mandou um vídeo que me deixou intrigado.
Ela teve uma filha há cerca de um mês. E, com todas as boas intenções do universo, pegou seu celular e filmou a bebê. No vídeo, só o rosto da criança aparece. Olhos gigantes, boca entreaberta e uma expressão de curiosidade.
Os dedos da mãe surgem. Acariciam as bochechas da bebê: “dá um sorriso pro tio Eduf”.
A criança parece não entender muito bem o que está acontecendo. Mas não se assusta. Após algumas cócegas, finalmente sorri. E minha amiga fica satisfeita.
Bem-vinda ao mundo da performance em frente de telas.
Hoje, o broadcasting vem antes da alfabetização. Ou melhor: antes mesmo de aprendermos a articular palavras.
Em sua curta vida no planeta, nem deve ter sido a primeira vez que a bebê enfrentou uma câmera. Deve ter participado de vídeos pra familiares distantes. Ou, talvez, até faça lives diariamente pra alguns deles.
Parece trivial, mas é um fenômeno e tanto.
Muitos de nós vi…
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