Devolva minha honestidade

Representação de Loki, o deus dos golpistas.
Me engana que eu gosto. Esse é o perfeito título de um episódio sobre desonestidade do podcast de Aline Valek. Nele, a escritora fala sobre bandidos folclóricos, espertinhos, golpistas, de Mazzaropi e Macunaíma até Loki, o deus da trapaça.
A ênfase vai para o banditismo individual, para o estilo de vida. Mas há muitos outros aspectos desse assunto.
Por exemplo, o filosófico: até que ponto é possível ser honesto? Considerando que somos obrigados a usar a linguagem, cheia de imprecisões e vieses ocultos, não estaríamos apenas condenados a refinar constantemente a percepção do que causa mal aos outros?
O engano e o autoengano são ferramentas de aprendizado. Já a honestidade está mais para um compromisso existencial, uma aspiração. Não é uma lista de procedimentos coerentes e infalíveis.
Há também o viés cultural, civilizatório. Basicamente, significa que sabemos que seremos enganados em quase todas as nossas relações — especialmente as econômicas. …
Continue a leitura com um teste grátis de 7 dias
Assine Texto Sobre Tela para continuar lendo esta publicação e obtenha 7 dias de acesso gratuito aos arquivos completos de publicações.
