Dois meses sem Substack. Valeu a pena sair?
Spoiler: sim, se você quer paz de espírito.
Já se foram 2 meses desde que deixei o Substack. O que tirei da experiência? Primeiro, como diria aquela banda paulista de funk, un poco mas de paz.
Sério. Ninguém mais me cobra performance. Nem me oferece features que me prometem orgasmos, mas acabam me apertando os bagos. (Desculpe-me pelo francês.)
Definitivamente, o crescimento da minha “audiência” diminuiu. Mas, pelo jeito, todo novo assinante da newsletter vem porque quer, não porque foi fisgado por uma interface que incita ao cadastramento em massa.
As pessoas voltaram a responder o e-mail da edição, em vez de só dar likes ou escreverem na caixa de comentários. Sumiram alguns leitores que interagiam via Substack. Outros, surgiram ou reapareceram.
Estou me sentindo menos como um empreendimento de mídia ambulante. E mais como alguém teclando meus pensamentos e erros de revisão. Ainda que os planos de assinaturas pagas continuem fluindo (e em promoção de novo!)
Tecnicamente, a Texto Sobre Tela se paga. Graças aos preços do PikaPods e do “plano pague pelo que usar” do Mailgun (que está escondido, mas existe). O que ainda não consigo pagar é o tempo gasto pra escrever. Então, acabo usando alguns intervalos do dia.
Porém, preciso contar uma coisa estranha que aconteceu durante a saída do Substack. É um perfeito exemplo da instabilidade das plataformas. Explico.
Eu usava o Anchor.fm pra publicar o podcast que fazia desde 2018, o MonoEstéreo. Anchor foi comprado pelo Spotify. Mudaram a interface e alguns recursos. Mas o serviço ainda funcionava.
Porém, em 2022, tive o fogo no rabo de migrar o MonoEstéreo pro Substack. E, agora, quando saí da plataforma, não consegui mudá-lo de volta pro Spotify.
Os episódios continuam no ar. Mas o feed original não funciona mais (já tentei alterar as configurações no Spotify várias vezes). Pra publicar lá, tem que ser via Substack.
Antes de acessar o suporte do Spotify, por um acaso, fui olhar no Google Podcasts – que, aliás, também vai morrer no próximo 02 de abril. Descobri que o nome MonoEstéreo foi sequestrado por um locutor, que usa o canal pra divulgar seus trabalhos.
Sem problemas. As cópias dos episódios estão no Eduf.me. E, de qualquer forma, já estava querendo cancelar o podcast mesmo. Devo criar outra coisa. Novidades em breve.
O fato é que não dá pra confiar em plataformas. Não estou nem falando de má-fé. É confusão mesmo. São muito aceleradas e instáveis. Mas a Internet veio antes delas e, com alguma sorte, sobreviverá a elas.
Assim, desse modo, dessarte, portanto, consequentemente, é isso: dois meses sem Substack. Sentindo nenhuma falta. A verdade está lá fora. Nova avaliação daqui a um ano.
RSS: outro sobrevivente
Sei que é óbvio pra muita gente. Mas, se tem uma tecnologia em que ainda podemos confiar, é o RSS. Praticamente todas as redes sociais ainda têm feeds.
Até o YouTube. Se você usa um leitor como o Feedly, por exemplo, é só adicionar o endereço do canal ou perfil da rede. Você organiza sua casa, deixa de fora os algoritmos e não precisa usar interfaces viciantes.
Se você usas as redes só pra ler e não posta muito, é uma excelente alternativa.
E também serve pra publicar a partir do seu próprio site. É só mandar automaticamente do feed pras redes. Posso recomendar um bom tutorial ou fazer um, se alguém precisar.
Se o seu site preferido não tem um feed, use essa gambiarra: OpenRSS. Se você quer rodar seu próprio leitor, há várias alternativas no PikaPods.